Antes de um novo avião chegar ao mercado é preciso testá-lo a exaustão até atingir os requisitos necessários para ser aprovado pelas agências de segurança de aviação. O A320neo, nova geração do atual jato comercial mais vendido do mundo, passou por todas essas provas e recebeu nessa terça-feira (24) os certificados de operação da FAA, órgão federal que administra aviação nos Estados Unidos, e também da EASA, que regulamenta as aeronaves em serviço em países na Europa.

Com esses documentos, a Airbus pode iniciar as entregas do novo A320, que já soma mais de 4.300 pedidos de 75 clientes no mundo todo – no Brasil, as companhias Azul e Avianca já encomendaram os seus. O primeiro operador do A320neo será a Qantas, da Austrália, que inicia os serviços com os novos jatos ainda neste ano.

A Airbus construiu três A320neo para o programa de testes e certificação, no qual os aviões acumularam mais de 1.070 horas de voo em 350 voos. Um desses aparelhos, como parte do programa de homologação, ainda precisou voar 300 horas simulando um ambiente de companhia aérea. Nenhum problema mecânico ou incidente foi registrado durante o processo.

A grande novidade do A320neo são os motores Pratt & Whitney “Pure Power PW1100G-JM”, que prometem economia de até 20% em consumo de combustível. O jato também leva um novo dispositivo na ponta das asas, os “Sharklets”. Segundo a fabricante, esse componente melhora o fluxo de ar pelas asas e também ajudam a reduzir o “sede” do avião por querosene.

Consumindo menos combustível, o A320neo poderá ir mais longe. De acordo com a Airbus, o alcance do modelo deve receber um acréscimo de 950 km, podendo voar por quase 7.000 km com carga máxima – a aeronave pode decolar com até 79 toneladas.

Além das soluções para tornar o jato mais eficiente, a Airbus também afirma ter melhorado a cabine do A320. A nova geração do aparelho terá compartimentos para bagagens de mão maiores e sistema de ventilação mais moderno, que deve aumentar o conforto a bordo.

Os novos modelos A319neo e A321neo também estão voando em processos de certificação e devem receber sinal verde até o final de 2016.