A demanda doméstica por viagens aéreas recuou 7,9% em novembro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira, 15, pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que reúne os dados das principais companhias aéreas brasileiras (TAM, Gol, Azul e Avianca).

A entidade destaca que esse é o quarto mês consecutivo de queda na demanda doméstica - em agosto, setembro e outubro foram registradas retrações de 0,6%, 0,8% e 5,7%, respectivamente, em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.
No acumulado de janeiro a novembro de 2015, a demanda registra alta de 1,4%.

O dado da demanda doméstica no mês passado renova o pior resultado da série histórica da Abear. Em 26 de novembro, quando a entidade divulgou os resultados relativos a outubro, o presidente da entidade, Eduardo Sanovicz, afirmou que a retração de 5,7% na demanda doméstica verificada em outubro era a pior já registrada desde o início da medição dos dados do setor aéreo pela Associação, em setembro de 2012.

Oferta

A oferta, por sua vez, apresentou retração de 3,9% no mês passado em relação ao mesmo período de 2014. Com isso, a taxa de ocupação teve queda de 3,4 pontos porcentuais (p.p.), para 77,91%.

Nos onze primeiros meses do ano, a oferta teve expansão de 1,2%, levando a taxa de ocupação a avançar 0,2 ponto porcentual, para 79,96%.

No total, as empresas aéreas brasileiras embarcaram em novembro 7,7 milhões de passageiros no mercado doméstico, o que corresponde a uma queda de 5% ante o mesmo mês de 2014.

No ano, o volume transportado alcança 86,5 milhões de passageiros, alta de 0,6%.

Em termos de participação de mercado, medida pela demanda por RPK (passageiro-quilômetro transportado), a TAM voltou a aparecer na liderança em novembro, com 37,12%, superando a Gol, com 35,27%. Em seguida vem a Azul, com 17,11%, e a Avianca, com 10,51%.

Internacional

No mercado internacional, a demanda cresceu 9,8% em novembro frente ao mesmo mês do ano passado. Já a oferta foi ampliada em 11,3%, levando a taxa de ocupação a baixar 1,1 ponto porcentual, para 79,56%.

No segmento internacional, a TAM ficou com 79,99% do mercado em novembro, enquanto a Gol ficou com 12,67%. A Azul chegou a 7,27%, enquanto a Avianca teve participação inferior a 1%. No segmento, as empresas brasileiras embarcaram juntas 584,5 mil passageiros em novembro, alta de 11,7%.

No ano, a demanda internacional cresceu 13,9% e a oferta teve elevação de 14,9%. A taxa de ocupação teve retração de 0,75 ponto porcentual, para 83,46%. O total de passageiros transportados somou pouco mais de 6,6 milhões, expansão de 14,9% sobre os primeiros onze meses do ano passado.

Tendência

O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, afirmou que a tendência é que a queda na demanda doméstica se acentue em dezembro, e que o ano de 2015 se consagre como o pior na série histórica da entidade.

"A tendência é de queda ainda maior para o próximo mês. O cenário mais imediato é que a redução vai continuar sim, e o número para o próximo mês deve ficar pior", disse Sanovicz, em teleconferência com jornalistas para apresentar os dados do setor aéreo relativos a novembro.

"Mudamos de patamar para a queda de demanda", disse o executivo, referindo-se à piora mais significativa nos dados da demanda a partir de outubro. "Significa que, nesse ano, o resultado será o pior da série histórica, com certeza absoluta."

Sanovicz ainda destacou que, com a queda de 7,9% na demanda doméstica registrada em novembro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, as estatísticas compiladas pela entidade relativas à demanda recuaram a níveis inferiores que os verificados em 2013.

"Podemos afirmar que a demanda de procura pelo setor aéreo em novembro de 2015 recuou a níveis inferiores aos de 2013", destacou o presidente da Abear, explicando que, em termos práticos, menos gente está voando hoje do que em novembro de 2013. "Mesmo com ações que impactam em tarifa, mesmo com ações promocionais, a demanda já não reage."

Sanovicz ainda afirmou que a redução na oferta de voos - em novembro, a queda na oferta doméstica foi de 3,9% ante o mesmo mês de 2014 - está sendo influenciada pelos resultados fracos da demanda e pelo choque cambial.

"Com o câmbio 50% acima do que estava no início do ano, a rentabilidade foi a zero e começaram a aparecer prejuízos."

Fonte: Exame.com